#11 A Carta de Corisco
- Roberta Fauth
- 4 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

Essa história vai ficar ainda mais envolvente se for lida ao som dessa música aqui: https://open.spotify.com/intl-pt/track/6qCjZi4wOpRZty2wZtyeO0?si=fae7a01586b14ffb
Apesar de geograficamente distantes, Corisco e eu mantemos um contato carinhoso. Ele sabe que em algum momento vai se reconehecer em algumas linhas aqui, e pra mim dedicou o seguinte:
"Me recebeu com duas gatas, assistentes deusas egípcias. Deu vinho a quem tinha sede, carne a quem tinha fome. Perdeu e todo mundo ganhou, perdemos na vitória. Com habilidade manual e na língua, manipulou as fumaças na minha cabeça. Chegou no meu ouvido e tudo sugou, soprou pro alto e deixou a luz melhor, agora difusa numa névoa. Abriu a janela e numa brisa tudo se dissipou. Sorriu como quem é uma boa com experiência no que há de má, como se me tranquilizasse pela experiência em andar pelos lados obscuros e selvagens, mesmo sendo assim, de luz. Um salto oculto num feminino deliciosamente malvado, que me pôs em contato com a potência maliciosa de uma mulher livre - o que de um lado de lá, à época ainda com contornos, poderia me destruir ainda mais -, mas como quem me disse assim: "Aqui, o procurado não é você. És o convidado. Fecha os olhos que nessa casa o que para outros é veneno, para ti é néctar". E aí eu bebi da tua saliva. E como quem engoliu uma poção mágica, saí com bandagens para feridas, deixando um pouco de minha força pra bruxa. Mais leve, mais travesso. Com um quilômetro de distância da casa dela, eu ainda ouvia a gargalhada. E eu andando, sorria também".
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Esse texto é de autoria de Corisco e tem a sua autorização para publicação.
Eu sou Lilith Sem Roteiros e vou compartilhar com vocês as minhas experiências, reflexões, encontros e descobertas nas minhas aventuras amorosas fluidas.



Esse relato é ótimo!!