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#13 Nem Fase Nem Moda: Eu Vivo Agora.

  • Foto do escritor: Roberta Fauth
    Roberta Fauth
  • 20 de dez. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 27 de dez. de 2024

Essa história ficará ainda mais envolvente se for lida ao som desta música aqui: https://open.spotify.com/intl-pt/track/1b4IkUZ60k692bZJDqMLoU?si=154c20482dba40ed


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Tenho sentido necessidade de um detox de macho. Não que esteja farta de homem, longe disso. Só me sinto mais desconectada de mim do que o normal. Tenho parceiros fixos que são um deleite pra qualquer mulher que gosta de ser bem tratada. Preciso me encontrar. Ter uns momentos a sós comigo mesma, me levar pra piscina, me dar de presente uma massagem, caprichar no skincare. Ficar um tempo dentro de uma tarde preguiçosa de domingo, quando o sol escorre pela varanda e a vida ganha um ritmo mais lento. Saborear a companhia silenciosa dos meus pensamentos e ali, entre um e outro, retomar gradualmente essa adoração obsessiva pelos homens e as delícias e os prazeres que eles podem me proporcionar.


Esses seres que conseguem ser um mar de prazeres e uma fonte de confusões em doses iguais. Mas pro meu gosto, não qualquer homem. Os jovens. Defino um homem jovem como aquele que está numa idade entre 25 e 35 anos. Cheios de energia e vigor, risadas fáceis e uma certa insolência que é tão irritante quanto irresistível. Algumas pessoas adoram me julgar. “Ah, lá vem ela e a sua fixação por homens mais novos”, dizem, com aquele tom de quem acredita que sabe mais sobre a minha vida do que eu mesma. E eu sempre sorrio. A vida é curta demais para carregar a opinião alheia como peso nos ombros. Veja bem, eu não tenho nada contra os homens mais velhos. Já me envolvi com alguns, mas eis o ponto: depois dos 36, parece que algo muda. A chama apaga, o olhar perde brilho, o cansaço toma conta, eles ficam preguiçosos e broxas. O ego escorrega para algum lugar que não é o biologicamente natural e as conversas se tornam um desfile de reclamações sobre trabalho, boletos e problemas de saúde. Sabe? Não tenho tempo e nem beleza pra gastar com esse tipo.


Com os jovens, é diferente. Eles carregam essa energia que contagia, são tranquilos, oferecem uma leveza que desafia o peso das minhas próprias experiências. E não é apenas sobre sexo, embora sejamos honestas: o sexo com eles é uma poesia à parte. É sobre a maneira como eles olham para a vida, como se cada dia fosse uma possibilidade infinita. Por que de fato, é (em que momento da vida o caras se esquecem disso pra se tornarem pessoas infelizes?).

É claro que nem tudo é perfeito. Às vezes tem um excesso de certezas que ainda não foram construídas apropriadamente e, confesso, me irrita: O cara que acha que já me conhece o suficiente. O cara que acha que pode explorar a minha flexibilidade antes mesmo do primeiro date. O cara que acha que a foto da rola dele é a oitava maravilha do mundo... Por outro lado, quando essas coisas acontecem, no final, acabo rindo de mim mesma: não quero que eles atendam às minhas expectativas. Recebo uns sorrisos travessos e tudo fica gostoso de novo. Nem me lembro mais do que me estava irritando. Afinal, quem vai dizer o que é apropriado, o que é certo dentro de relações fluidas, quem precisa de referências quando se tem espontaneidade?


Às vezes, penso se essa preferência é uma forma de me agarrar à juventude que, inevitavelmente, escorre pelos dedos. Mas não é bem isso. Não quero ser jovem novamente. Gosto de acessar a minha sabedoria, gosto de perceber como conheço muito bem o meu corpo e os meus caminhos, gosto das histórias que as minhas rugas e estrias contam e especialmente de me lembrar que estou sempre sustentando o peso das minhas escolhas, de tudo o que contribuiu para eu me tornar quem eu sou. O que busco é a energia que complementa a minha, e não um espelho que reflita algo perdido. O mundo e a vida não me devem nada. Estou em paz. Quando os encontro, em especial quando é pela primeira vez, é comum que me perguntem por que não dou uma chance aos homens da minha idade. Eu rio e devolvo outra pergunta: “Por que você não dá uma chance ao inesperado?” Eles podem não realizar, mas é isso que esses rapazes representam: o inesperado. Eles vivem no presente de um jeito que é difícil para aqueles que já carregam uma bagagem emocional muito grande e muito cheia.


Então, por enquanto estou no meu detox de macho presencial. E mesmo assim sigo, entre risadas, corpos quentes e conversas que misturam o superficial e o profundo com a mesma naturalidade que uma onda encontra a praia. Quem sabe um dia essa preferência passe, como tantas outras fases da vida. Mas, por enquanto, eu brindo ao agora. E ao brilho nos olhos deles — que, sem dúvida, é mais sedutor que qualquer promessa de estabilidade.


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Eu sou Lilith Sem Roteiros e vou compartilhar com vocês as minhas experiências, reflexões, encontros e descobertas nas minhas aventuras amorosas fluidas.

 
 
 

1 comentário


Membro desconhecido
17 de jan.

A definição dos 35+ foi perfeita! Sinto

Isso também, e sinto preguiça … afastamento.

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